por Marcia Zarur
Ela chegou. A multidão alvoroçada, barulhenta e dispersa parou e aplaudiu
de pé. Desde sempre ela teve esse magnetismo e foi lindo ver a cidade
reverenciando uma de suas donas. Sim, Ailema Bianchetti é dona de Brasília. A
homenagem não poderia ter sido mais emocionante e merecida.
Foi o lançamento da coleção Mestres Cobogós, mas a noite era todinha dela.
A mestra, maestra da família, regente atenta e amorosa que há 95 anos transborda
afeto e partilha sabedoria. Arte-educadora, mãe, vó, bisa – refúgio e eixo de um dos
artistas mais importantes do país: Glenio Bianchetti.
Ela foi reverenciada e aclamada, mas Dona Ailema não liga pra fama e pra
salamaleques. É fã da simplicidade e dos gestos sinceros, como os sorrisos que
coleciona e os abraços que está louca para voltar a receber. Mesmo com tantos
cuidados exigidos pela pandemia, a festa no Beirute foi uma celebração. E ela, de
fato, recebeu infinitos abraços nos olhares, nas palavras e nas surpresas que a noite
reservou. Como o discurso espontâneo de um dos frequentadores do bar. Fez do
banco de madeira palanque para declamar, de improviso, mais uma ode de amor e
gratidão a ela.
Difícil descrever essa minha ‘avó postiça’, linda, talentosa, generosa, criativa,
contemporânea, doce, forte, inteligente e muito, muito amorosa. Os adjetivos nunca
são suficientes…
Ana Maria Lopes e eu, quando decidimos levar à frente esse projeto, não
tivemos dúvidas ao decidir quem seria o primeiro nome da nossa coleção. Glenio
Bianchetti precisa ser conhecido e admirado pelas novas gerações. Seu legado é
inestimável e sua contribuição para Brasília é fundamental. Mas o que nós
queríamos, secretamente, era dar também esse ‘presente’ para a nossa Ailema,
embrulhado em afeto com os mais fortes laços de amizade.
Acho que conseguimos. Ailema saboreou cada momento, cada encontro e
brindou com uma caipirinha caprichada. Porque ela é assim: perfeita na sua extrema
humanidade.
***
Marcia Zarur é jornalista, escritora, fundadora do Coletivo Maria Cobogó e
apaixonada por Brasília e por tudo que diz respeito à cidade. Tem dois livros
publicados: Amor Concreto e Mestres Cobogós/ Glenio Bianchetti.
Ailema Bianchetti é arte-educadora, mulher que dignifica o feminino e tudo o mais
que a autora escreveu acima. Quem não a conhece não sabe o que está perdendo.
Foi maravilhoso!!! Parabéns pela iniciativa
Adorei.Ela merece todo este carinho de quem a conhece a vida toda. O trabalho de vocês esta lindo. Quero que o próximo venha logo.
Linda homenagem. Parabéns!
Meu Deus q lindo !Vida e texto arte pura ,parabéns por esta belíssima experiência de amor e reconhecimento.
Lindo texto, complementando mais êste êxito de Maria Cobogó, antecipando os próximos que -certamente- virão. Aliás, aos quais já estamos nos habituando e aguardando com ansiedade. Suas realizadoras o merecem, pelo amor e dedicação que lhe devotam. Retumbantes parabéns!