Ana Maria - Maria Cobogo

Ana Maria –  Foto Thais Mallon

Ana Maria Lopes

Sou a carioca mais candanga que conheço. Deixei o mar do Rio de Janeiro, minha prancha de surf vermelha, minha avó e primos e, aos quinze anos, encarei a terra vermelha, a lama, os igualmente estarrecidos colegas de pioneirismo e vim morar em Brasília.

O choro do banzo e a poeira da terra me moldaram. E me fiz pedra, tijolo, cobogó e parte da fundação dessa cidade. Do Rio trouxe a nostalgia do mar e muitos escritos dentro da mala. Eu escrevia! No meio da construção de Brasília, estudei. Por entre as árvores tortas do cerrado, formei-me em Jornalismo. Não sem antes ter feito teatro infantil, teatro universitário, cinema e ter ameaçado um curso de arquitetura. E lia. Lia sem parar e compulsivamente. E leio. Deve ser TOC porque até hoje existe em mim essa compulsão pela leitura e pela escrita.

Enquanto lia e escrevia trabalhava – durante trinta anos – com jornalismo político na Câmara dos Deputados. Jornalismo era o meu trabalho e a Poesia o meu ofício. Meus poemas mais bonitos são meus três filhos, meus seis netos e minha bisneta. Os outros podem ser encontrados nos livros Conversa com Verso (LGE), Risco (Verbis) e Mar Remoto (Maria Cobogó). Ou ainda nas antologias poéticas como Escriptonita (Patuá), Poetas Brasileiros Hoje (Shogun), Antologia de Poesias Mulherio das Letras (Costelas Felinas), Mulherio das Letras Contos e Crônicas (Mariposa Cartonera), Conexões Atlânticas (In-Finita) e dos e-books Essas Águas (organizado por Wagner Muniz) e Mulheres na Literatura Brasileira (organizado pelo poeta Rubens Jardim).

A história sempre foi uma das minhas paixões e, no ano pandêmico de 2020, escrevi dois romances que têm por pano de fundo o século 19. Um, sobre as mulheres na Guerra do Paraguai e outro, sobre uma escrava – filha de escrava e senhor – que vendia charutos nas ruas de São Luís do Maranhão. Ambos inéditos.

Ainda na pandemia, fui coautora do primeiro volume da coleção Mestres Cobogós. Marcia Zarur e eu escrevemos a biografia do artista plástico Glenio Bianchetti. Outros livros – todos voltados para o público infanto-juvenil – virão para mostrar as personalidades que fizeram nossa cidade ficar mais bonita.

Poesia no Fim do Túnel é o blog que criei para despejar a poesia que brota cotidianamente. Também divulgo poemas de amigos e dos que tocam minha alma. Mas o amor maior é pela língua portuguesa, que me arrebata, me emociona e me cativa.

E é por essas e outras que me vi Maria Cobogó, Maria que vai com as outras (tem mais seis!) nessa aventura editorial de tirar o fôlego e fazer muita arte. E vamos!

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