Cobogó – A origem

Hoje em alta, o cobogó foi criado em 1929, ano de grande crise, pelo comerciante português Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão Ernst August Boeckmann e o engenheiro pernambucano Antônio de Góes em Recife-PE. As iniciais de seus sobrenomes formaram a deliciosa palavra COBOGÓ.

O cobogó foi uma solução para amenizar as calor nas casas pernambucanas e levantar paredes sem impedir a ventilação. Em Brasília, com sua arquitetura de vanguarda, o Cobogó teve seu ápice. Encontrou espaço e virou símbolo.

Maria é um nome comum. Muitas vezes usado pra denominar uma pessoa qualquer que não se conhece, uma “dona Maria”. Ao mesmo tempo que é a mãe de Jesus, senhora soberana. Um símbolo de força. Maria e Cobogó.

Mulheres comuns e senhoras soberanas que em um encontro no Nordeste brasileiro, não em Pernambuco, mas na sua vizinha Paraíba, na estonteante João Pessoa, estreitaram laços, deram as mãos e de quão boa foi a experiência, decidiram em Brasília seguir juntas arejar as letras, ventilar de palavras e iluminar de amizade.

Quem somos?

Nos conhecemos em um encontro de mulheres escritoras. Em comum, o amor à língua portuguesa e a vontade de criar. Aos poucos vimos que nossas trajetórias e anseios eram comuns. E tudo convergia ao fazer literário ligado à vida, sem limitações sociais de gênero.

Os pontos de convergência fizeram com que percebêssemos que nossa ligação vem de outras encadernações. Como tudo o que acontece com Maria Cobogó, não desacreditamos de nada e, mais ainda, queremos construir imagens libertadoras. As sete mulheres que formam o coletivo editorial Maria Cobogó não são uma amostragem da literatura que se faz nesse nosso quadrado – o Distrito Federal.

Não somos a representatividade específica de nada. Somos vozes que pretendem rasgar o véu da invisibilidade, extravasar espaços e ecoar para alcançar outras vozes e outras e outras, amplificando o discurso e a competência da escrita e na construção de um novo fazer literário.

Maria Cobogó quer mostrar que a literatura não tem dono nem lar. Nasce dos contos, dos cantos e dos encontros que a vida nos dá.

E como disse uma de nós, “somos Letras, somos Brasília, somos Brasil. Aqui resistimos, como o cerrado, com o cerrado. Aqui fazemos sentido”.

Maria Cobogó. Uma confraria das letras. Uma associação de amigas. Uma parceria de ideias. Mulheres que se unem para realizar.