por Marcia Zarur

Diz a fábula que quando o incêndio tomou a floresta, os bichos bateram em retirada, mas um solitário beija-flor tomou para si a missão de levar gotinhas d´água em seu pequeno bico para tentar combater o fogo.

Os bichos, admirados, perguntavam: mas por que você está fazendo isso, já que sozinho não conseguirá debelar o incêndio? O beija-flor respondeu: pelo menos estou fazendo a minha parte!

A atitude contagiou os outros animais, que juntos conseguiram dar fim à queimada.

A solidariedade ainda dá o tom em muitos cantos desse nosso mundo, cada vez mais individualista. Ainda bem! E é isso que move Cláudia e o maestro Valdécio. Juntos eles tocam o projeto social Música e Cidadania, no Paranoá. Aprender um instrumento, para muitos jovens da região, significa ampliar horizontes, enxergar muito além da cidade onde vivem – castigada pela falta de perspectivas.

O trabalho de beija-flor desse casal, mais do que apagar incêndios, planta esperança e já colhe frutos. Graças à música, quatro jovens, ex-alunos do projeto, experimentaram o prazer de derrubar as fronteiras que separam o Brasil da Europa.

Mês passado, Elissandra Sousa, Luan Almeida, Samuel Araújo e Talía Vieira, todos ex-alunos do projeto, conquistaram uma bolsa de estudos para o Conservatório de Rouen, na França. Agora eles têm um ano para conseguir dinheiro para passagem, hospedagem e alimentação, já que a bolsa só cobre os custos das aulas.

Não vai ser tarefa fácil, já que os 4 jovens precisam arrecadar R$ 140.000,00 até setembro de 2020, quando começa o curso. Mas impossível é uma palavra descartada para quem já chegou tão longe e tem a certeza de que pode alcançar muito mais.

Nos últimos 12 anos, Cláudia e Valdécio já ensinaram música e esperança para mais de mil alunos entre o Varjão, o Paranoá e o Itapoã. Por isso meu convite a você: ajude com uma gotinha d´água que seja!

Projeto Música e Cidadania: Cláudia (61) 98429-9533.

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foto de Sandra Beatriz Zarur @sbzarur