Dois poemas
por Tânia Maria * | MÃE Se vive. Se pensa que se vive. O tempo passa. Não ouvimos pelos olhos, não enxergamos pelos ouvidos. E o tempo passa... Hoje, eu te escutei, Hoje, eu te vi. Você não
por Tânia Maria * | MÃE Se vive. Se pensa que se vive. O tempo passa. Não ouvimos pelos olhos, não enxergamos pelos ouvidos. E o tempo passa... Hoje, eu te escutei, Hoje, eu te vi. Você não
por Eva Leones * | Hoje pensei em você como quem pensa num poema Um poema que anda por aí Nos odores das frutas, nas calçadas, Cigarros, maçãs, café E flor Um poema que se espalha nas folhas
por Fátima Pereira * | Porque sou mulher Posso ser louca, insana, arredia Minha alma, muitas almas Sou a Sofia dos gregos A Joana dos desesperados A bruxa queimada em Salamanca Beata na visão de Fátima A filha
por Ana Maria Lopes * | Meu Deus ( se meu Deus houver) me dê a paciência dos pescadores para que eu possa esperar tudo que ainda hei de ver e viver Me dê a serenidade dos morros
por Lucilia de Almeida Neves Delgado * | Ouço o silêncio das milhões de dores atordoa mais do que amores perdidos É pesado como tristezas minerais O ar maciço como água represada pede oração Que teus sonhos
por Jorge Amancio * | o sol espreita pelas frestas. a neblina acalenta os óculos escuros. pingos lacrimejam o dia. ando ao portão entreaberto. a lembrança entre rasga a voz. no silêncio, o cheiro de flores e mármore. a chuva fina