por Solange Cianni
Uma visão holística para a Educação, um novo olhar. Sugere um mergulho profundo na vastidão da individualidade, como uma radiografia da alma. O respeito à singularidade e ao particular que somos sem perder de vista o todo, o coletivo.
VERDADE.
Uma nova escuta conectada ao coração, propondo uma atitude de plena atenção àquilo que o outro é, sem julgamento.
AMOR.
Vivenciar estar no lugar do outro, experimentar trocar, ser o avesso. Praticar o respirar, observar, sentir, intuir, escutar, rever, discutir, pausar e novamente respirar e meditar.
EMPATIA.
Nesses tempos de “não há mais tempo”, de “não posso, estou com pressa”, onde quase tudo, e até as pessoas, são tratadas como descartáveis, é quase uma missão impossível falar de pausa para refletir, ócio criativo, trocar opinião, conviver. A tarefa é, então, nutrir a saudável teimosia que não nos deixa desistir de, todos os dias, acreditar que podemos fertilizar o solo árido, semear e fazer germinar a boa semente.
ESPERANÇA.
Sonho? Quem não sonha não cria, não projeta e não edifica seus ideais. Passa pela vida sem deixar marcas.
Utopia ? É o que nos move àquilo que ainda não alcançamos.
CORAGEM.
Temos presenciado crises de toda ordem, disputas de poder, destruição do meio ambiente, falta de tolerância e respeito às diferentes tradições e culturas dos povos que habitam o nosso planeta. Uma forte tendência à fragmentação de toda ordem, banalização do tradicional, do ancestral e da relação com o saber.
PERSISTÊNCIA.
Um crescimento desordenado e descontrolado das tecnologias, trazendo novos desafios na comunicação entre as pessoas. Um panorama caótico e, ao mesmo tempo, provocador e promissor.
CRIATIVIDADE.
Uma educação que perpetua a cultura do ter, ignorando o Ser. Uma pedagogia da concorrência, reflexo de uma sociedade capitalista e consumista, responsável por promover a competitividade não saudável, a desigualdade, estimulando o caminho da individualidade egoísta.
RESILIÊNCIA.
É preciso (e urgente) cuidar do Ser, pois estamos nos afastando de nós mesmos a cada dia e, consequentemente, do outro. Se quisermos uma sociedade mais saudável do que a que temos agora, precisamos investir, pacientemente, numa educação que vise formar indivíduos sadios, oferecendo uma pedagogia que estimule o autoconhecimento, a autoestima, a construção do afeto respeitoso, da aceitação da singularidade de cada ser e da boa convivência.
COOPERAÇÃO.
Quem aprende a se amar saberá amar o outro.
LIBERDADE.
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foto: Daily Express