Por Marcia Zarur

“Meu coração 
Não sei porquê 
Bate feliz, quando te vê …”

Não há coração que resista a essa declaração de amor de Pixinguinha. Que lindo o nosso Chorinho! A melodia, o ritmo, as letras, o afeto que a música transmite. Eu, como boa defensora de Brasília, tenho ainda mais motivos pra admirar esse gênero da Música Popular Brasileira. Brasília é um celeiro de talentos – também no Choro.

Temos Hamilton de Holanda e seu bandolim que encanta o mundo inteiro. Temos a Escola de Choro Raphael Rabello, que forma novos músicos o tempo todo. E o Clube do Choro, que oferece programação sofisticada a preços populares. Temos a música descompromissada e bem tocada que espalha os sons pelas rodas de choro da cidade.

No Sudoeste, todo domingo tem encontro dos músicos debaixo de uma árvore frondosa no Parque do Bosque. É poesia pura essa união do som e do verde na nossa cidade-parque. Ou seria cidade-música?! Eles garantem um show semanal, democrático e surpreendente. Ouvimos os mais diversos instrumentos dedilhados por pessoas de todas as idades.

Essa foi uma bela surpresa que tive nos últimos tempos: a juventude se rendendo ao nosso Chorinho. E a garotada atesta: é uma música que rompe a barreira das idades e das classes sociais. É universal.

Abril foi mês de comemoração de Brasília e do Choro. E tivemos a chance de festejar uma nova geração que faz o Choro renascer a todo instante. Entre eles, Ian Coury, Matheus Donato, Tiago Tunes e tantos outros, com menos de 20 anos, que tocam clássicos e compõem novidades. Mais do que a extrema qualidade da música, o que mais encanta é a alegria que eles estampam no rosto e em cada movimento no palco. Choro, neste caso, é a antítese da tristeza. É a mais pura expressão da diversão, do prazer e do contentamento. Choro aqui é alegria pura!