*por Ana Maria Lopes

Toda vez que chove

Brasília me dá um arco-íris

 

Toda vez que o sol nasce

ela me oferece um prisma

 

Em toda seca Brasília mostra

o espanto do renascer

 

Em toda vez que lhe passeio

eu vejo athos,

bianchettis, oscares,

vejo burles e brunos

dando vida a meus olhares

 

Brasília me leva junto a ela

– Pasárgada encontrada –

sem rei, sem trono, sem dono

 

Cidade de onde bebo a poesia

de onde mordo o amor

de onde canto elegias

de onde essa ana maria

se rende feliz

à

cidade.

 

***

 

* Ana Maria Lopes  é jornalista, escritora e fundadora do Coletivo Maria Cobogó.